terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O menino enganador.

Na vida agente sempre conhece alguém que ou sabe tudo ou finge saber.
Eu tive um desses amigos. Seu nome era Clarinélson.
Ele não era muito avantajado em sua altura ,mas sua sabedoria era tão poderosa que era capaz de tornar em menos cultos os mais espertos dos homens. Conhecia tudo sobre astronomia, Psicologia, Pediatria, etc. Era tanta a sua inteligência que meu sonho passou a ser, ser igual a ele. Eu sabia que nunca conseguiria, mas não custava-me nada pelo menos me imaginar como tal.
Um dia fui a fazenda onde morava o Clarinélson e me deparei com uma tralha estranha que estava pelo chão do terreiro. Era uma arataca de madeira que se estendia até embaixo da goiabeira que ficava perto da soleira da entrada da porta da casa.
Era um trosso quadrado, todo amarrado de cipó e pedaços de tronquinhos pequenos, quase gravetos, talvez fáceis de quebrar, mas que traziam a segurança de uma engenharia moderna, misturada a um conhecimento rústico de professores formados pela própria vida. Seu Genualdo e seu Crisovaldo coçavam a cabeça na intenção de imaginar para que serviria aquele negócio que Clarinélson insistira em construir e colocar a frente da casa.
Depois de muito tempo e de muitas sugestões por parte dos que assistiam, ninguém sequer conseguiu chegar perto da verdadeira serventia daquela estranha peça. Clarinélson se ria de quase borrar-se de tanto rir, divertindo-se com tanta ignorância do povo que já se formava e apostava tentando adivinhar a serventia da estranha construção. Depois de muito tempo, chega Joaninha que pede docemente a Clarinélson que lhe revele o que era aquilo.
Clarinélson, que era apaixonado por ela, não resiste a tanta formosura e revela finalmente à moçoila a função daquela estranha peça. __ Tentei fazer uma arapuca para pegar sabiá e não consegui de jeito nenhum, fui amarrando as madeirinhas, amarrando, amarrando... Até que não conseguindo de jeito nenhum, resolvi deixar no quintal como se fosse uma escultura e como o povo começou a se juntar e apostar sobre a serventia do trosso, pedi a alguns amigos que apostassem também, só que para eles, eu expliquei que não era nada e nem servia pra nada. Desse jeito, faturei um dinheirinho e acabei ganhando alguma coisa com a minha falta de jeito pra fazer arapucas.
O povo quando ficou sabendo da história, saiu correndo atrás de Clarinélson para tentar esfolá-lo vivo, mas lembre-se de uma coisa:
"Um com medo de apanhar, corre muito mais que vários com vontade de bater".

Nenhum comentário:

Postar um comentário